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sábado, 5 de abril de 2025

AMÉRICO DO PARAGUAÇUN/ ELE FAZ PARTE DA HISTÓRIA DE IBICARAÍ!


 A HISTÓRIA DE IBICARAÍ 

Nós somos a CIDADE!!!


Américo do Paraguaçu

(Cordel em homenagem a um homem de fibra)

Por sua filha:  Maria Reis Gonçalves.

(Tia Nem)


No sertão da minha terra,

Lá pros lados de Jacobina,

Um menino sonhador

Viu que a vida era pequena.

Fugiu cedo da roça dura,

Levando só a alma pura,

E a esperança nordestina.


Com dezessete nos ombros

E o peito cheio de ardor,

Chegou em Ibicaraí

Trazendo sonho e labor.

Com a navalha na mão ligeira,

Foi moldando a vida inteira

No ofício de barbeador.


Na cidade conheceu

Valdomira, flor formosa,

Moça clara, andaluza,

De beleza tão garbosa.

Mas a mãe, dona Ana severa,

Proibiu, virou fera —

"Esse moço? Que afrontosa!"


Mulato, pobre e da roça,

Que futuro poderia dar?

Mas o amor, quando é valente,

Não se deixa acorrentar.

Os dois fugiram de repente,

Casaram-se docemente

Num lugar de abençoar.


Voltaram de mãos unidas,

De peito aberto e fé no chão.

Na Rua do Paraguaçu,

Ergueram casa e coração.

E Américo, com sua lida,

Fez da tesoura uma vida

E da barbearia um salão.


Ali vinham os amigos,

Pra prosear e cortar cabelo,

Política, riso, causos

E o calor do bom novelo.

Foi nomeado delegado,

Por Dr. Henrique Sampaio estimado,

Homem justo, sem apelo.


Teve quatro rebentos,

Todos criados com amor:

Creuza, a mais velha florida,

Beta com seu doce humor,

Nenê de riso contido,

E o caçula destemido,

Américo, do mesmo ardor.


Mas não vivia só de corte,

Seu peito era um tamborim:

Tocava cavaquinho,

Violão e bandolim.

Nas noites de serenata,

Fazia a cidade ingrata

Se render ao seu clarim.


Era boêmio e amigo,

De alma leve e gentil.

Na barbearia passava

O povo mais varonil.

De Almir a Raimundo Cordeiro,

Henrique, Atanagildo inteiro,

Faziam dali seu cantil.


Em mil novecentos e setenta,

Deixou-nos cedo demais,

Mas ficou sua memória

Nos corações leais.

Deixou exemplo e ternura,

Com sua vida tão pura

Nas lembranças dos mortais.


Américo do Paraguaçu,

Homem de fibra e paixão,

Hoje vive eternamente

Na lenda e na tradição.

E quem passa na calçada

Sente a alma encantada

Do mestre do tesourão.


Foto e texto de Maria Reis Gonçalves.

Arte e adm da pág de ACRS

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